Tanise
FICHAMENTO 5
Título e subtítulo da obra: Hipertexto, Fechamento e o Uso do Conceito de Não-Linearidade Discursiva
Autor(es): Marcos Palacios
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Local de publicação: Rio de Janeiro
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Data da publicação:
Coleção:
Páginas: 111-121
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Volume:
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Resumo
Algumas obras literárias, como O Jogo de Amarelinha, de Júlio Cortazar (1966), são obras ditas não-lineares, que podem ser entendidas como os percussores do hiperlink. O objetivo do texto é discutir a ideia de não-linearidade discursiva e verificar em que medida o hipertexto abriria novas possibilidades em termos de construção discursiva. Para tal traz a ideia do Fechamento; discute sobre a linearidade e não-linearidade; diferencia linha da história e linha do discurso e as relaciona em termos de duração, mostrando cinco categorias para análise da duração: a)Sumário, b)Elípse, c)Cena, d) Alongamento (stretch) e) Pausa, de acordo com Gennete.
Por fim, conclui que há uma melhor caracterização do Hipertexto enquanto estrutura discursiva Multi-Linear, um termo que considera mais preciso e mais apropriado do que Não-Linear, por traduzir mais adequadamente a multiplicidade de possibilidades de construção e Leitura abertas pelo Hipertexto.
PRINCIPAIS CITAÇÕES:
“Estamos acostumados a flash-backs, a compressões de vários anos da história numa única cena ou parágrafo ou, inversamente, descrições hiper-detalhistas que se estendem muito além do "tempo real" de uma ação.” p. 112
“Em 1990, Michael Joyce produziu e publicou uma obra ficcional em Hipertexto, que viria a se tornar um clássico: Afternoon, a Story.” p.112
“O que percebemos imediatamente é que para um leitor não familiarizado com o funcionamento de um Hipertexto, seja ele ficcional ou não, a questão do Fechamento é posta imediatamente como um problema. Como se chega ao fim desta história ou deste site?” p.113
“A expectativa de um fim, advém, é claro, de nossa experiência com a narrativa tradicional (seja numa narração oral, num texto, numa peça teatral, num filme...).” p.113
“Uma narrativa tradicional, ou seja, não hipertextual, independentemente de que suporte esteja sendo usado, chega sempre a um fim, ou porque chegamos à última página do livro” p.113
“Com o Hipertexto, o Fechamento não se dá, ou pelo menos não se dá da forma à qual estamos habituados.” p.113
“Conquanto metaforicamente se possa falar de uma “não-linearidade”, tal idéia, strictu-senso, não tem cabimento quando colocada em termos de processos de construção das estruturas discursivas. Pode-se, no máximo, dizer que o Hipertexto é melhor descrito como multilinear, em contraste com outras estruturas discursivas, de caráter unilinear.” p.114
“Com efeito, na maioria das narrativas, não existe uma sincronia entre Discurso e História.” p. 116
“Além disso, podemos relacionar História e Discurso em termos de Duração, ou seja, o tempo que leva para se narrar um evento na História, comparado com o tempo dos eventos no universo ficcional.” p.116
“Gennete discrimina cinco categorias para análise da duração: a)Sumário, b)Elípse, c)Cena, d) Alongamento (stretch) e) Pausa.” p. 116
“Em conclusão, parece-nos que a apropriação das ideias trabalhadas por Liestøl levam a uma melhor caracterização do Hipertexto enquanto estrutura discursiva Multi-Linear, um termo que consideramos muito mais preciso e mais apropriado do que Não-Linear, por traduzir mais adequadamente a multiplicidade de possibilidades de construção e Leitura abertas pelo Hipertexto.” p.118
BIBLIOGRAFIA
PALÁCIOS, Marcos. Hipertexto, fechamento e o uso do conceito de não-lineariedade discursiva. Lugar Comum, Rio de Janeiro, n. 08, p. 111-121, 1999