Tanise
FICHAMENTO 6
Título e subtítulo da obra: Pirâmide invertida na cibernotícia: argumentos pró e contra
Autor(es): Fernando Zamith
Organizador (es):
Coordenador (es):
Editor (es):
Tradutor: ----------------
Título e subtítulo do capítulo:
Autor (es) do capítulo:
Edição:
Local de publicação: Rio de Janeiro
Editora:
Data da publicação: 29/03/2005
Coleção:
Páginas: 111-121
Intervalo de páginas do capítulo:
Volume:
(para livros na internet) Disponível em:
(para livros na internet) Acesso em: -----------------------
Resumo
O artigo: Pirâmide invertida na cibernotícia: argumentos pró e contra do autor Fernando Zamith busca discutir se faz ou não sentido usar a pirâmide invertida na cibernotícia. Para tal, define pirâmide invertida e traz algumas considerações sobre essa. Traz colocações dos defensores da pirâmide invertida no ciberespaço e dos que são contra ela, mostrando opiniões contrárias e algumas novas definições de modelos para notícias no ciberespaço. Por fim, conclui que é difícil pensar em um novo modelo que não seja pirâmide invertida para notícias rápidas, o que não impede de pensá-lo para outros gêneros jornalísticos.
PRINCIPAIS CITAÇÕES:
“Dezassete anos a escrever em pirâmide invertida fizeram-me ter dificuldade em imaginar, sequer, outra forma de redigir notícias” p.01
“A pirâmide invertida é a técnica de redação dominante no jornalismo há mais de 100 anos. Consiste na hierarquização das informações do mais para o menos importante”p.01
“Não há um único manual de jornalismo que não faça referência a esta técnica redatorial” p,02
“Nos acontecimentos fortes é obrigatório o uso da técnica da pirâmide invertida: a notícia deve correr do maior ao menor grau de interesse; a partir do fim da notícia, é possível cortar os parágrafos sem que o texto perca o seu sentido essencial” p.02-03
“Como não podia deixar de ser, no ciberjornalismo também só se justifica questionar a utilidade da pirâmide invertida na redação de notícias “fortes”, “diretas”, dado que nas restantes se proporciona mais o uso de outras técnicas que cativem o leitor e aproveitem as potencialidades de um meio convergente” p.03
“(…) a professora da Universidade do País Basco María José Cantalapiedra defendeu acerrimamente a pirâmide invertida como técnica a utilizar na construção da cibernotícia, mas apenas nesta, e não nos restantes gêneros jornalísticos online.” p.03
“(…) o pioneiro do jornalismo online no Brasil Rosental Calmon Alves. Este professor de Jornalismo Online da Universidade do Texas, onde é também responsável pelo Knight Center for Journalism in the Americas, propôs, ironicamente, a criação do Partido Pró-Pirâmide Invertida (PPPI).” p.03
“María José Cantalapiedra recusa-se a promover junto dos seus alunos o uso de outra técnica de construção da cibernotícia, por temer que se desconcentrem do essencial: “ter capacidade para contar num parágrafo o que se passa”.” p. 03
“Rosental Alves argumentou que já desde 1996 Jackob Nielsen (3) vem defendendo que a pirâmide invertida continua a ser a mais adequada técnica de construção de notícias na web, porque os ciberleitores mudam rapidamente de página e querem captar de imediato o essencial no lead, fazendo depois um “varrimento” visual (leitura na diagonal) do corpo da notícia.” p.03
““Ir directo ao ponto, numa redacção de estilo conciso, só ajuda a comunicação num meio nervoso e interactivo como a web, especialmente ao se tratar de hard news, das notícias de última hora, que são o forte do jornalismo online na fase actual” (ibidem), afirma Alves, acrescentando que “ainda vale o princípio básico da pirâmide invertida: dizer logo do que se trata, apesar de deixar ao leitor a possibilidade de navegar pela narrativa da forma que queira, em lugar de sugerir apenas um caminho sequencial” ( ibidem). Alves diz ainda que “o próximo passo será buscar a narrativa jornalística mais adequada para este meio” (ibidem), tarefa que tem sido mais lenta do que se imaginava.”p.04
“Nielsen diz que seria expectável que os redactores na web repartissem o seu texto em pequenas peças coerentes, “parecendo o trabalho global mais como um conjunto de pirâmides flutuando no ciberespaço do que com o tradicional artigo”” p.04
“(…) José Álvarez Marcos (2003: 247) afirma que os estilos redatoriais na web se ajustam a “protocolos clássicos de brevidade, concisão e estrutura piramidal”. E acrescenta: “Outro dos argumentos que devolve à pirâmide invertida a sua vigência na era digital é a necessidade de superar o caos que implica os milhares de sítios com informação de atualidade que existem na Internet”” p.04
“Marcos propõe o conceito de “pirâmide convergente” (idem: 250-251), juntando texto, imagem e som, e estruturada como a pirâmide invertida clássica.” p.05
“No webjornalismo não faz qualquer sentido utilizar uma pirâmide, mas sim um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si”. É curioso verificar que, anos mais tarde, o autor republicou o artigo, introduzindo uma ligeira – mas significativa – alteração ao texto original: “No webjornalismo a pirâmide é substituída por um conjunto de pequenos textos hiperligados entre si” (Canavilhas: 2003). p.05
“Na polémica que se gerou após o congresso de Santiago de Compostela, Ramón Salaverría foi extremamente cáustico na crítica aos defensores da pirâmide invertida, propondo mesmo a “criação” do Partido de la Redacción Ciberperiodística (PRC).” p.06
“Salaverría afirma que “a pirâmide invertida serve, mas não basta”: “Um meio hipertextual como a web exige começar a utilizar formatos que aproveitem a possibilidade de fragmentar o discurso informativo, e de criar, portanto, níveis de profundidade documental. E a pirâmide invertida, um formato intrinsecamente monolítico, não facilita esse trabalho”.” p.06
“O professor universitário reconhece que, “sem dúvida, a pirâmide invertida é um formato adequado” para o primeiro nível informativo hipertextual, “mais superficial”, com que os meios digitais se têm “conformado” até agora.” p.06
“Noci e Salaverría (2003) propõem para os cibermeios várias estruturas hipertextuais, desde a tradicional estrutura linear da pirâmide invertida até estruturas em rede de entradas múltiplas, dando o máximo de liberdade ao ciberleitor para percorrer os elementos da peça noticiosa pela ordem que quiser.” p.06
“Mario García (Torres, 2004: 112) também acredita que a pirâmide invertida virá a ser substituída na Internet por outra técnica redatorial, a que chama “taça de champanhe”: “(…) a história flui graciosamente, apertando-se para um ponto de interesse ou de excitação”. p.06
“Mark Deuze (1999: 381) também defende uma redacção em chunks, recordando que “a escrita tradicional é linear por natureza, mas a escrita online pode ser não linear”: “Isto significa que cada história pode ser cortada em peças mais pequenas e espalhada através de páginas web” p.07
“Palomo Torres (2004: 114) afirma que “a redação na Internet é um estilo híbrido entre a escrita convencional e a expressão oral”, pelo que há autores que recomendam uma linguagem mais coloquial e textos abertos à interatividade, à espera da contribuição do ciberleitor.” p.07
“Carole Rich (1998) conclui nos seus estudos que é preferível apresentar “diferentes formas para diferentes funções: “pirâmide invertida para algumas hard news, narrativa em série para outras, chunks laterais com links para diferentes páginas se as histórias têm quebras lógicas, e scrolling stories [histórias de navegação vertical e horizontal] para aquelas que, para melhor compreensão, precisam de uma apresentação mais linear”.” p.07
“Se repararmos com atenção, praticamente todos os autores concordam que estas hard news devem ser construídas numa estrutura piramidal, baseada num título e num lead/entrada/abertura fortes, conclusivos, que vão directos ao assunto, ao que é notícia.” p.07
“Os blocos hiperligados de que Canavilhas fala não são, na sua essência, diferentes dos chunks referidos por Rich e Deuze (diferente só mesmo a “taça de champanhe” de García), e que estão subentendidos nas estruturas propostas por Noci e Salaverría.” p.07
“Nas peças jornalísticas que Salaverría descreve como reclamando maior profundidade documental e desenvolvimento narrativo, o ciberleitor tem de ter o direito de “consumir” apenas o que quer e seguir o trajecto que mais lhe atrai, construindo a sua própria pirâmide invertida.” p.08
BIBLIOGRAFIA
Zamith, Fernando. Pirâmide invertida na cibernotícia: argumentos pró e contra, 2005